Se alguém me dissesse 3 meses atrás que eu iria gastar mais de 80 horas da minha vida em um game do Assassins Creed eu o chamaria de louco. O fato é simples. Eu havia jogado os dois primeiros Assassins Creed e ambos eu larguei com poucas horas devido a mecânica repetitiva ao extremo. E ano após ano foram sendo lançados mais jogos da serie baseado sempre na repetição de ações, mudando apenas o local histórico que o game se passava (Único ponto legal se for levar em consideração).
Porem ano passado enquanto eu assistia a E3 da ubisoft dei de cara com o Assassins Creed Odyssey. E logo percebi que tinha algo de diferente. O game agora tinha uma pegada bem RPG, um mapa enorme e extremamente detalhado e o fato de se passar na Grecia antiga me fez desejar jogar muito o game. Mas o medo por ser um Assassins Creed permaneceu e resolvi colocar na lista de desejos esperando por uma promoção que pudesse valer a pena.
Foi então que esse ano adquiri o jogo e iniciei a jogatina. Amigos... foram horas e horas de gameplay em uma frenesi que não acontecia desde o The Witcher 3. Ainda que comparar Odyssey com o The Witcher 3 seja uma heresia, o odyssey conseguiu me divertir e me encantar com um dos mundos mais belos que já vi em um jogo eletrônico. Primeiro que os desenvolvedores souberam copiar e melhorar vários sistemas vistos em outros jogos. Encontramos elementos claros do the witcher 3, shadow of mordor, wildlands, etc...
E isso não é um ponto negativo. Longe disso. O game consegue impor identidade e nos entregar momentos únicos e bem emocionantes.
Não quero aqui comentar detalhes de gameplay, meu foco com o blog sempre foi passar adiante meus sentimentos nesta que considero a melhor forma de entretenimento que são os games. E durante as 89 horas de jogos eu consegui me apegar a personagens, sorrir e sentir a tristeza da perda. Tomei decisões acertadas e outras erradas que o jogo fez questão de esfregar na minha cara mais para frente.
Um fato importante é que o Odyssey conseguiu me mostrar o quanto é gostoso jogar furtivamente. Coisa que eu sempre odiei em jogos, mas aqui eu estava lá a distancia mapeando a área inimiga com a minha águia e esperando o melhor momento de agir. Aquele cara que nos jogos sempre entrava nas bases inimigas com o pé na porta da frente mudou para um outro totalmente calculista e observador. Mais um mérito de um jogo que apareceu assim repentinamente sem muito alardar.
Então o jogo não tem defeitos? Tem sim. Como sempre em jogos da ubisoft, o game parece claramente ter sido finalizado às pressas, percebemos isso devido a conclusão da historia ser bastante fraca para a intensidade que era imprimido durante todo o gameplay. Sem citar spoilers. O odyssey precisaria de um desfecho mais moderado e longo que pudesse validar todas as emoções mostradas nas cenas finais.
Outro ponto negativo se deve a "Equipe Multicultural" da ubisoft. Acredito que devemos sempre afastar questões politicas dos games, afinal se trata de uma obra fictícia e esta deve-se ser realizada sempre sem as amarras ideológicas. Ainda que seja uma questão complicada de se explicar em poucos parágrafos e nem tenho interesse disso, o fato é que o game empurra personagens extremamente overacting e situações totalmente sem sentido apenas para agradar algumas agendas. Muitas dessas situações podem ser ignoradas. Já outras você tem que seguir para prosseguir na missão principal, o que é uma pena.
São poucos problemas para um jogo tão denso e detalhado. Suas virtudes são enormes e a qualidade visual é tão grande que foi o jogo que mais tirei screenshots em minha vida.
O game te apresenta um mundo "real" e insere dentro dele parte da mitologia grega de uma forma tão fabulosa, que a dúvida começa a rondar sua cabeça. Será que existe um minotauro ou uma medusa no game? Talvez você deva jogar para saber.
A dublagem brasileira foi muita bem realizada e acredite, a voz do Alexios brasileira está muito melhor que a inglesa. O que mostra como estamos amadurecendo, evoluindo e fazendo bons trabalhos no ramo de dublagem de jogos.
Eu finalizei o game e cheguei a conclusão que redescobri uma serie que sempre ignorei mas que soube crescer com a ausência da minha atenção. Eu curti tanto, mas tanto o Odyssey que já comprei o Assassins Creed Origins, jogo lançado um ano antes do Odyssey e que deu o primeiro passo na mudança de rumos da série. É um jogo com a mesma pegada e com o Egito como cenário de fundo. Estou super empolgado para jogar. Afinal amigos, eu estou disposto a jogar mais 89 horas feliz.