sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

The Lord of the Rings: Adventure Card Game - Melhor port do tabuleiro para o digital.


O Senhor dos Anéis Adventure Card Game é na minha humilde opinião, um dos top 5 boardgames que já tive o prazer de jogar. Lançado no Brasil pela Galápagos Jogos, foi um dos primeiros jogos que comprei quando entrei de vez no hobby em 2014. Ele reúne a mecânica que mais curto em jogos que é o deck building e é 100% cooperativo, outro fator que me agrada em boardgames. Lembro que na época enquanto jogava imaginava o quanto seria fantástico se conseguissem transportar o jogo da mesa para o meio eletrônico. Afinal reunir amigos presencialmente para jogar não é muito fácil nos dias de hoje, com esposa, filhos e trabalho. Foi quando a Asmodee Digital anunciou em 2017 que lançaria o jogo no PC fazendo alguns ajustes nas regras. Acompanhei totalmente o desenvolvimento, assistindo a todas as lives no twitch e até enviando sugestões para os desenvolvedores.


Neste meio tempo, a companhia discutia ainda como seria o modelo de negócios. Primeiramente pensaram em lançar o jogo gratuito, depois ouvindo a sugestão da galera, mudaram para buy to play. Mas sempre afirmaram que o jogo seria livre do famoso caça níquel de muitos jogos atuais. O modelo consolidado foi de cobrar pelo jogo base e suas futuras expansões, dando mimos para quem fizesse a pre-order do pacote mais completo.
No dia do lançamento, baixei empolgado o jogo mas tive muitos problemas para jogar. Claramente o jogo tinha sido lançado antes da hora e foi na enxurrada de criticas que eles sentaram a bunda na cadeira e trabalharam pesado para tornar o jogo que é hoje em dia.


Esse foi um dos motivos de eu não ter comentado sobre o jogo aqui no blog. Digo ainda mais, passei alguns meses sem nem visitar o jogo esperando para que tudo fosse resolvido de uma vez por todas. Foi quando esse ano, com o jogo redondinho e com os desenvolvedores já se movimentando para leva-lo para o PS4 e Xbox One que eu resolvi dar mais uma chance. E afirmo aqui com todas as palavras. O Senhor dos Aneis Card Game é de longe o melhor port de boardgame que já vi ser transportado para o meio digital.


Esse posto anteriormente era dado por mim para o Pathfinder Adventure Card Game, que perdeu a posição por um simples detalhe. O Senhor dos Aneis Card Game pode ser jogado cooperativo com mais um amigo, assim como no jogo físico. O Pathfinder físico é um jogo essencialmente cooperativo, mas fizeram o crime de retirar isso no game digital, o que acredito eu, custou muito ao game para se firmar. Tanto que me parece descontinuado, já que desde 2017 não vemos uma expansão ou atualização lançada.


Voltando ao Senhor dos Anéis, o jogo foi adaptado de várias formas, a começar pelo layout das cartas e a disposição na mesa de jogo. Eles pegaram muitos conceitos de jogos como Heartstone e Elder Scrolls Legends e aplicaram para o game ficar mais acessível a quem nunca jogou a versão física. E acredito que ficou ainda melhor. Digo isso pois vi através dos olhos do meu amigo que me acompanhou online durante toda a campanha e expansão jogadas. Foram vários gameplays realizados para finalizar e foi tudo muito gratificante. A começar pela dificuldade. Enquanto na versão física, o jogo é extremamente difícil e por muitas vezes injusto, na versão digital isso fica mais equilibrado, trazendo a dificuldade na medida certa para que você sozinho ou com seu amigo tenham que parar para discutir a formação ideal dos seus decks.


Aqui é importante saber montar o deck, desde a escolha dos heróis e suas facções e habilidades, até a seleção detalhadas das cartas que vão compor seu deck, escolhendo sabiamente os itens, eventos e aliados. Neste caso não irei detalhar neste post como ficou nossas escolhas, pois isso deve partir de cada jogador, mas posso comentar em um post futuro sobre isso detalhadamente. Outra coisa importante a comentar é que todas as cartas dos jogos podem ser facilmente liberadas apenas jogando. Lógico que as expansões devem ser adquiridas para se tornar acessível, mas não existe aqui o famoso fator sorte que acompanha esse tipo de jogo. Cada partida jogada vai acumulando fellowship points que podem ser trocados para liberar cartas e também para cosméticos desde avatar, molduras do seu personagem, até arte conceito variadas dos heróis. Eu por exemplo, finalizei o jogo base e sua primeira expansão, e ao longo desse tempo consegui liberar todas as cartas bloqueadas e ainda gastei pontos em itens cosméticos, sobrando pontos no final que vou guardar para futuras expansões.


Sobre as missões, algumas puxam a mesma sequencia do jogo físico, mas com mudanças pontuais e em alguns casos até radicais para se encaixar no novo conceito de jogo. Algumas cartas e heróis também sofreram alterações de especificações, mas no balanço final acredito que ficou até melhor do que o jogo original. A força de vontade de melhorar o jogo, a quantidade de posts informativos sobre o futuro do jogo e sobre tudo no que eles estão trabalhando, mostram que a equipe sabe o que está fazendo e sabem onde querem chegar. Se você assim como eu ama boardgames e acima de tudo é fã da franquia Senhor dos Anéis, não deixe de comprar, aproveitem que vem ai a promo sale de inverno do steam e entrem nesse mundo. Aposto que vocês vão curtir muito o game.






quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

O Senhor dos Anéis - Jornadas na Terra Média - Review - Análise


Em 2014 quando entrei forte no hobby dos boardgames não imaginava que nos anos seguintes o Brasil passaria a lançar quase que simultaneamente com os EUA vários jogos de sucesso. Este ano por exemplo a Galápagos Jogos trouxe para o Brasil o Senhor dos Aneis - Jornadas na Terra Media. Confesso que não fiquei animado no inicio, porque tive uma grande decepção com a própria galápagos quando eles sem nenhum motivo lógico, cancelaram o LCG do senhor dos anéis, que é sem dúvida, um dos top 5 boardgames em minha opinião. Porem o Jornadas na Terra Media foi tão bem avaliado fora do Brasil que não teve como segurar minha carteira. Lá estava eu mais uma vez comprando outra caixa enorme de boardgame.



Na semana seguinte chamei meu grande amigo Andre para testar o game. O fato do jogo contar com uma aplicação que de certa forma te guia no jogo, fazendo o papel de "mestre" me animou, afinal, jogos como o descent por exemplo seriam muito melhores se não precisasse de um player controlando os monstros (quem tem a segunda edição pode facilmente driblar isso com um aplicativo também). Não tive muito tempo para ler o manual. Meio que fizemos isso enquanto montávamos o setup na mesa e veio logo o grande ponto positivo. O jogo tem regras muito simples e muito disso devido a própria aplicação. Ela te guia de certa forma que fica difícil fazer algo de errado ligado a regras. Explico melhor, a ordem de turnos, passos, acontecimentos, objetivos e ataques, tudo isso é ordenado pelo aplicativo que pode ser baixado no Steam, Iphone e Android. Você fica focado apenas em controlar seu deckbuilding (o jogo não conta com dados e sim com auxílio das cartas para resolver situações).



Os componentes são outro show a parte do jogo. São várias miniaturas, tokens, tabuleiros modulares e cartas que engrandecem e deixa bonito o danado na mesa. Por falar em cartas ela tem artes bem similares ao LCG e são pequenas ajudando quem tem pouco espaço para jogar. Após um setup demorado, iniciamos o jogo, como estávamos apenas em dois, decidimos que cada um escolheria dois personagens. Eu escolhi o Gimlin e Legolas e meu amigo escolheu o Aragorn e Elena (personagem criado para o jogo com especialidade de bardo). E foi muito bom isso porque rapidamente entendemos como os personagens são diferentes, eles possuem pontos positivos e negativos e ficou claro como eles podem se completar na aventura.


Um outro ponto interessante foi que conseguimos usar a bagagem do RPG tradicional para se antecipar a algumas armadilhas do jogo. Como ele é um jogo bem descrito, uma historia narrada, temos que ficar atentos a tudo. Por exemplo: Em determinado momento enquanto meu amigo controlava a Elena, chegamos a um objetivo de ter que descer uma ribanceira que segundo o aplicativo era muito escorregadia e perigosa, sabíamos que a Elena não tinha agilidade muito boa e decidimos deixar esse objetivo por cargo de Legolas, que passou por ele sem problemas. Nós não sabiamos que o aplicativo ia exigir agilidade, apenas usamos a dedução que se confirmou quando tentamos resolver o objetivo. Por isso é importante ficar atento na descrição de tudo até porque o jogo é bem difícil e estratégico. 



Por falar em dificuldade, nos fracassamos na primeira aventura, exatamente por ainda não conhecer direito as regras e pelo fato do jogo ser bem difícil mesmo. Terminamos tomando decisões precipitadas, separando o grupo e engajando em batalhas em momentos errados que terminou na queda de dois dos quatro heróis na reta final, complicando o sucesso da missão. A batalha do jogo é interessante mas de certa forma mecânica. Senti falta da rolagem de dados, mas no final entendi que seria ainda mais frustante deixar por conta da sorte o sucesso nas batalhas. Com o formato de deck building você consegue controlar melhor o jogo, ou pelo menos espero que isso aconteça nas próximas partidas.
Recomendo demais o game e sinto que a chegada de O Senhor dos Anéis - Jornadas na Terra Media terminou revivendo meu vicio por jogos de tabuleiro. É muito bom dividir uma mesa se divertindo com amigos e tomando um bom vinho.