quarta-feira, 24 de junho de 2020

Dragon Age Origins em 2020?



Ano passado lembro que peguei o Mass Effect para jogar depois de muito tempo na fila dos jogos que eu tinha que concluir. A experiencia com certeza foi diferente do que seria se eu tivesse jogado no lançamento. Os gráficos se mostraram datados, porem o enredo por ser magnifico me fez ficar preso na tela até a rolagem dos créditos de final de jogo.


Pois bem, semana passada decidi pegar para jogar do inicio ao fim um outro jogo que estava na fila, mas dessa vez as condições eram diferentes. Dragon Age Origins eu joguei no lançamento por duas vezes. Uma no xbox e outra no PC e em ambas eu terminei largando o jogo no meio por um dos motivos que contarei adiante. Deixo registrado desde já que o Dragon Age Origins tem um enredo ainda melhor que o Mass Effect. Por sinal é um dos melhores RPGs que tive o prazer de jogar. Primeiro porque ele tem uma linha de historia diferente do inicio ao fim, onde tudo importa. Seja a raça que você escolhe para começar até as decisões dentro do game, tudo isso influencia bem pesado no final do jogo. Creditando ao game a possibilidade de ser re-jogado várias vezes!


Como todo jogo da Bioware, o Dragon Age Origins foca muito nos detalhes do enredo e nas interações com seus companheiros de party. Você controla seu personagem mais os três companheiros que escolher para te acompanhar na aventura. Durante as batalhas, você pode pausar o jogo para dar comandos aos personagens e isso é muito importante pois o jogo é muito difícil e em certo ponto cansativo. E entra aqui o principal e único ponto negativo do jogo aos longos das minhas 55 horas jogadas. O Dragon Age Origins tem um sistema de batalhas bem legal, mas ele insiste em criar encontros em demasia todo o tempo. Você acaba de ralar para matar um chefão com seus capangas e nem 1 minuto depois, você dá de cara com outro encontro ainda mais difícil e complicado de se vencer. Foi esse o motivo de eu parar por duas vezes de jogar, pois sempre que chegava na parte de Orzammar a diversão ficava de lado para quebrar a cuca com os milhares de encontros desnecessários que tem nessa região.



Só que dessa vez eu decidi que iria encarar o jogo do inicio ao fim. E percebi a obra prima que deixei de apreciar. O Dragon Age Origins tem um inicio muito legal e gostoso de jogar. Dá uma engasgadinha principalmente em Orzammar como eu já havia falado e engrena de novo na parte final, lembrando muito os filmes do Senhor dos Anéis, principalmente a sua grande e ultima batalha.
Jogar Dragon Age Origins em pleno 2020 foi uma experiencia interessante! Os gráficos envelheceram melhor que o Mass Effect, a jogabilidade apesar de desatualizada frente aos Dragon Age seguintes, ainda sim funciona muito bem. Os sons e as músicas são fantásticas. E o enredo amigos... Que enredo espetacular. Arrisco a dizer que é o melhor enredo dentre os três Dragon Age, apesar que em termo de jogo o Dragon Age Inquisition tenha sido no total um jogo mais completo na minha opinião!. 



Terminei o game e fiquei imaginando como desdobraria o final se eu tomasse algumas decisões de forma diferente. São poucos jogos que nos fazem pensar assim. Mas como aprendi no RPG, uma ação feita não pode ser desfeita. Meu personagem enfim cumpriu seu objetivo. Matou o Archidemon e por não ter feito o pacto de magia com a Morrigan, terminou perdendo a vida. Mas foi considerado um herói e por muito tempo cultuado em Ferelden.

Abaixo segue minhas escolhas caso você queira comparar com as suas:
  1. Fiz um humano guerreiro.
  2. Montei uma party com Alistair, Wynne e Leiliana (devido a condução do meu jogo ser focado em fazer coisas boas)
  3. Tive um romance com Leiliana.
  4. Consegui o apoio dos lobisomens.
  5. Em Orzammar escolhi o rei Harrowmont.
  6. Em Denerim matei o Loghain e deixei a sua filha governar já que Alistair realmente não queria isso.
  7. Recusei o pedido da Morrigan de fazer o pacto do bebe para que eu pudesse sair vivo após a morte do Archidemon.
  8. No final Matei o Archidemon no lugar de Alistair, afinal esse era o meu destino.

Recomendo ainda hoje o Dragon Age Origins. É um jogo que sai baratinho quando tem promoção na Steam. Por sinal estou instalando o Dragon Age II. Pois é mais um dos jogos que sempre tiveram na minha lista mas nunca encontrava tempo para jogar. Já sei que não vai ser grandioso como o Origins. Mas é Dragon Age e eu realmente curto muito a franquia!

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Metro Exodus - Uma obra de arte em formato de game!

 

Demorei de jogar o Metro Exodus graças a politica porca de exclusividade da Epic Games. Mas não dei o braço a torcer. Esperei que ele saísse na plataforma que curto (steam) para só então experimentar tudo aquilo que falavam do game. E realmente o game encanta do inicio ao fim. Metro Exodus é um tipo de jogo que é difícil de encontrar no mercado. Muito imersivo e com um enredo sustentado no livro do escritor Dmitry Glukhovsky que aborda uma Russia pós apocalíptica onde os sobreviventes da guerra nuclear passaram a viver no subterrâneo dos metrôs da cidade. Os dois primeiros games eu deixei passar devido ao ambiente 100% claustrofóbico e de terror que era impresso todo o tempo.


Porem no Metro Exodus pela primeira vez o grupo de sobreviventes passam a explorar o exterior após descobrirem que existiam lugares possíveis de se viver longe da radiação. Foi então que me senti mais confiante e menos medroso de cair para dentro de uma aventura que até então eu tinha receio de embarcar. Afinal não sou muito fã de jogos focados no terror e em sustos.
No Metro Exodus não estamos livres dessa ambientação e de sustos, eles existem e muito, porem aqui você consegue respirar mais, fora que o game cadencia de forma perfeita os momentos de ação frenética dos momentos que você tem que interagir com os npcs.


É neste ponto que entra aquilo que ultimamente tenho valorizado nos games. A profundidade emocional criada no enredo e sua relação com os personagens brilham muito mais do que os momentos em que você se treme de medo explorando locais realmente ameaçadores. E você continua lá explorando e se "arriscando" sabe porque? Porque o jogo te explica bem claramente que se o não fizer, você pode perder seu amigo, sua esposa, seu sonho de no final viver uma vida normal de paz e tranquilidade.


O protagonista Artyon é um sonhador, ele acredita a todo momento que ele pode viver junto com sua esposa Anna na superfície. E termina carregando a todos para uma aventura que terá perdas e perigos. Ainda que seu sogro e capitão Miller esfregue quase que todo momento que tudo de ruim que está acontecendo é graças a você, e sua paranoia, no fundo ele encara artyon como um filho que não teve.
Se o plot do game fosse isso apenas, se tornaria um game padrão de ação. Mas o jogo vai te envolvendo com os personagens ao ponto de você realmente se importar com eles na tela. E faz isso de forma continua até o momento final. Foi então que vi escorrer uma lagrima do meu olho em um endgame digno de aplausos de pé.
O Metro Exodus é também um jogo lindo. Com gráficos que nos deixam de boca aberta. Eu que amo tirar screenshots durante minhas jogatinas, no Metro Exodus cansei de apertar F12 a cada ambiente muito bem criado e npcs perfeitamente detalhados.


Daqui em diante vou trazer alguns spoilers, então seria interessante para você que ainda não jogou, retornar depois de finalizar o game.

Após tomar posse de um trem que pode te tirar da zona de risco, o game realmente começa e por mais que ele seja de certa forma linear, passa uma impressão de mundo aberto bem legal. Sua aventura é dividida em 4 atos passando por biomas bem diferentes. Começando pela área gélida da Russia pós nuclear, você passa a entender que na superfície infelizmente os monstros e os humanos sobreviventes não são muito diferentes. Ambos são ameaças para seu caminho e aqui você começa a tomar a primeira grande decisão.
Seria melhor sair durante o dia e enfrentar mais bandidos e bases mais reforçadas ou deixar para explorar a noite, onde costuma aparecer mais monstros e aberrações?
Seria melhor eu poupar a vida de um grupo de lunáticos religiosos ou ignora-los e ir direto a minha missão?
O metro exodus te coloca nessas posições de decisão e elas influenciam no final do game...


Fora isso o jogo coloca "Chefões" em cada ato e você terá que aprender a lidar com eles, lembrando muito o nêmesis do resident evil. Destaco aqui o bagre gigante (cultuado como Deus de um grupo religioso) e o Urso do ato da floresta que deixa o jogador o tempo todo tenso de quando ele realmente vai aparecer.
Nesse meio tempo você explora algumas regiões sozinho ou acompanhado o que tira um pouco a solidão e atmosfera opressora do game. Um ponto positivo e que vale destacar é o amor que Artyon tem pela Anna e vice versa. O game constrói isso tão bem que você entende porque ele se arrisca tanto e a prova maior é quando Anna após acometida por uma doença precisa da ajuda de Artyon e do Pai o Coronel Miller para encontrar uma droga capaz de cura-lá em uma das partes mais assustadoras do game que é o laboratório. Lá você passa boa parte do tempo ouvindo vozes. um ambiente de terror caótico e fugindo de um gorila radioativo gigante.


Infelizmente eu terminei fazendo o final ruim do game. Mas depois dos créditos passarem na tela, acabei por entender que seria aquele o final mais justo e considerado por mim o verdadeiro.
Nesse final, Artyon e Miller terminam morrendo apesar de conseguir recuperar a droga que por ventura salva a vida de Anna. Ela se torna a líder porem sente muita falta de Artyon e o culpa por tê-la deixado. Este final tem uma carga emocional muito forte e toca muito mais o jogador que o final bom que vi depois no youtube.
Afinal em um mundo louco e ameaçador, a liberdade verdadeira é realmente a morte.
Metro Exodus ensina que jogos podem ser acima de tudo uma experiencia emocional tocante, assim se junta a jogos (obras primas) como The Witcher 3, Dragon Age, The Last of Us, etc... no hall dos imperdíveis de se jogar. Recomendo muito!