Semana passada tive um grata surpresa. Eu já sabia que o iphone 4 é uma ótima plataforma para jogos, mas não tinha dimensão que ela seria uma ótima plataforma para jogos de RPG. Afinal, tudo que tinha encontrado até então na apple store eram rpgs japoneses, aqueles com trama totalmente linear e com personagens fofinhos, que aqui para nós, são insuportáveis (desculpa se você gosta desse tipo de rpgzinho). Foi ai que tive contato pela primeira vez com The Quest e me apaixonei pelo jogo.
Vamos fazer uma pausa só para esclarecer de como o conceito de jogabilidade usado em the quest é premiado. Em 1987 foi lançado o jogo Dungeon Master, que chegou na plataforma PC 2 anos depois. O jogo fez um baita sucesso na época, vendendo 40 mil copias no ano do lançamento. Eu porem só tive contato com o Dungeon Master muito mais tarde, em 98 depois de baixar o jogo em um desses sites de jogos completos da época. E literalmente viciei no jogo. A mecânica de controlar um grupo de aventureiros de classes distintas por calabouços cheios de armadilhas e tesouros fez minha alegria por um bom tempo. Foram vários jogos lançados na época com o mesmo conceito tentando pegar carona no Dungeon Master, posso citar Eye of the Beholder, Lands of Lore, Stonekeep e até a sequencia Dungeon Master 2. Porem depois a mecânica de jogo foi esquecida dando lugar a rpgs com ação em tempo real.
Já em 2004, 7 anos depois, comprei meu primeiro palm (ô dia feliz!!!), um tungsten e2 e o primeiro joguinho que coloquei nele foi o Legacy - realm of terror, o jogo era considerado pela midia o melhor rpg para palm já lançado e eles tinham razão, o jogo era perfeito, foi uma nostalgia para mim, perder horas em um jogo que bebia puramente da fonte do dungeon master. E o que isso tem haver com o the quest, você deve perguntar... Tudo!, simplesmente tudo! primeiro que a produtora do the quest é a mesma do legacy, segundo que a produtora é especialista em jogos com a mecanica do dungeon master e o melhor, o the quest além de possuir muita qualidade (aproveitando logico do poder do iphone 4) ele também já possui várias expansões lançadas e os produtores dizem que tem muito mais pela frente. Atualmente o the quest e suas expansões totalizam fácil mais de 50 horas de jogatina. Isso para um jogo de celular é realmente fantástico.
The Quest é diferente da maioria dos rpgs lançados para iphone, primeiro que ele tem um conceito ocidental, então esqueça a linearidade dos rpgs japoneses. O combate é baseado em turnos o que deixa o jogo mais agradável e tranquilo de jogar, o que pesa aqui é a experiência e estratégia usada em cada encontro com monstros e outros perigos. A magia é um ponto forte do jogo, são variadas e importantes para o sucesso do seu personagem nas missões. Seu personagem aprende magias através de leituras de livros, mas também pode usá-las por meio de cetros mágicos e pergaminhos que podem ser comprados, encontrados nas masmorras durante a exploração ou ganhados de presente por algum npc. O uso de poções em determinados momentos do jogo também se tornam quase que obrigatórios, então é sempre bom usar racionalmente o gasto do dinheiro para não passar aperto mais para frente.
O jogo tem alguns detalhes que impressionam para um jogo de celular, como o fato de que as armaduras e armas quebram com o uso constante, logo aprender a técnica de blacksmith ou pagar pelo serviço se torna essencial. Outro ponto interessante é que o jogador precisa periodicamente descansar em algum hotel ou acampar para retomar as energia e que para isso precisa de comida e água. Detalhes que impressionam e afastam jogadores casuais.
O inventario do jogo é bem elaborado, com descrição completa dos itens, mapas, livros que contam um pouco da historia e ensinam algo para o jogador. Além de um espaço destinado as quests obtidas durante a aventura, eis aqui um ponto negativo. as informações são superficiais e não atualizam no decorrer da quest o que obriga o jogador a se manter bem atento em todos os diálogos do jogo.
O gráfico é ótimo para um jogo de celular. Sem aquele tom cartunesco dos rpgs japoneses e chega a ser sombrio em alguns momentos. O ponto forte aqui é o clima. Manha, tarde, noite, chuvas e tempestades com raios, tudo está la e deixa o jogo ainda mais gostoso de explorar. Os monstros estão bem representados graficamente, o que senti falta aqui foi uma variedade maior de outfits para os npcs. O vendedor, mendigo e capitão do porto tem o mesmo outfit o que decepciona...
O som é aceitável e necessário na jogatina. O som do ambiente, como cantos dos pássaros na manha e som da chuva ajuda no clima do jogo. Enquanto o som dos monstros ajuda a identificar o perigo eminente. O ponto negativo fica para a musica chatinha de fundo, que pode ser removida diga-se de passagem.
A diversão que o jogo proporciona isso sim compensa cada centavo gasto. Por mais que The Quest seja difícil e desafiador para os mais novos no mundo do rpg, ainda sim se torna obrigatório para os usuários do iphone que querem em seu aparelho um ótimo jogo de rpg com bastante profundidade. Principalmente porque o efeito recompensa é bem trabalhado. Te garanto que em cada caverna explorada, você vai sair com algum tesouro valioso de recompensa e isso é ponto forte para qualquer rpg, junto com a historia é claro!.
Finalizando o jogo é super leve, a versão gold que é claramente a melhor, pois contem a campanha principal mais as expansões island of ice and fire, hero of lukomorye I e II, tem apenas 20 megas e sai por um preço bem reduzido, atualmente listado por 8 dolares na apple store. É muita diversão para tão pouco dinheiro.Em breve irei experimentar o undercroft que dizem por ai ser bem legal e no mesmo nivel do the quest, quem sabe o iphone não vira de uma vez uma otima plataforma para rpgs ocidentais?
Site Oficial: http://www.redshift.hu/
Nota do Jogo: 8,00
Valor: $ 7,99
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