sábado, 15 de dezembro de 2018

Legend of Grimrock - Análise - Review


Acredito que muitos que acompanham o blog não entendam o porque de eu sempre aparecer aqui com jogos que não são lançamentos. Recentemente eu comprei Monster Hunter World e Assassins Creed Odyssey e qual jogo escolhi jogar nas últimas duas semanas? Isso mesmo. Legend of Grimrock foi a escolha e eu posso explicar. Primeiro ele era garantia de uma jogatina mais leve e segundo porque eu estava precisando voltar a jogar algo mais nostálgico que me fizesse voltar ao período em que perdia tardes e noites em jogos como Eye of the Beholder e Lands of Lore.


Comprei Legend of Grimrock em 2012 na pré-venda direto no website dos próprios desenvolvedores, por sinal, acompanhei todo o processo de produção do game, visitando semanalmente o blog dos 4 finlandeses que mostravam o dia a dia desde a compra e chegada dos computadores, processos de desenvolvimento, até as fotos da gélida região em que eles tinham o escritório. Quando lançou, corri para me aventurar nos calabouços de grimrock, mas com 7 horas de jogo e no quinto andar da masmorra, terminei parando após empacar em um dos puzzles. Terminou que parti para outro jogo que não me lembro aqui de cabeça e Legend of Grimrock virou aquele jogo "foda que quero revisitar mas estou sem tempo e com uma fila enorme de jogos na frente".
Semana passada, procurando na minha lista de jogos da steam por um jogo leve, bati o olho nele e decidi iniciar novamente a jogatina. Deixei a party padrão do jogo e comecei tudo de novo, olhando para cada parede, prestando atenção nos mínimos detalhes.


Para quem não conhece, Legend of Grimrock é praticamente uma homenagem atual dos jogos de RPG que faziam sucesso na década de 80/90. Exploração baseada em tiles, com turnos e puzzles para fazer você esquentar bastante a cabeça. Some a isso um gráfico super caprichado/bonito e você tem em mãos um jogo fantástico.
A historia de fundo conta que existe uma montanha chamada grimrock, dentro dela foi criado uma masmorra que virou com o tempo uma especie de prisão e punição para todo tipo de pessoa que tenha cometido crimes. Seu grupo de 4 personagens são levados até o topo da montanha e lá são jogados nessa masmorra, porem não é informado qual crime vocês cometeram, o importante é saber que para tentar escapar vocês terão que chegar na sua base. Pelo caminho fica evidente que ninguém que foi jogado lá conseguiu escapar.


As primeiras fases são simples, por sinal tem uma conquista que consiste em concluir o primeiro nível em menos de 4 minutos. Porem, assim que você vai descendo nas profundezas da masmorra as coisas vão ficando cada vez mais complicadas. É bom deixar claro aqui que o jogo é difícil ao extremo. Seus personagens ficam com fome, os monstros vão ficando apelativos, as armadilhas são muitas e algumas mortais, mas o problema mesmo são os puzzles que em alguns momentos fornecem poucas dicas e fica evidente a necessidade extrema do uso da percepção do jogador.
De negativo no game, eu senti a falta de uma trama mais elaborada. Não existe dialogo entre os personagens e a única forma de interação se dá por bilhetes deixados na masmorra por um personagem chamado Toorum, que tem um papel importante no game ajudando o jogador.


O outro ponto negativo e na minha opinião o pior deles é a parte final, onde o game foge até então do seu ritmo contido para um turbilhão de acontecimentos sem explicação para que torne a ultima batalha algo épico, mas que causou sentimento contrario. Legend of Grimrock terminou me parecendo uma jornada fantástica com um final desconexo e cansativo. Porem a vontade de jogar permaneceu forte mesmo após o end game, se mostrando um game cheio de acertos e cuidados por parte dos seus desenvolvedores. 
O jogo teve uma continuação que foi lançada 2 anos depois do primeiro. Comprei o jogo e está na fila para ser jogado. O que eu sei é que agora o game conta com ambientes abertos e melhoras diversas, como variedade de monstros, equipamentos e jogabilidade.
Uma informação interessante. Apesar da desenvolvedora ter fechado após as baixas vendas do Legend of Grimrock 2 (que teve avaliações muito positivas diga-se de passagem) uma parte da equipe que trabalhou no Legend of Grimrock está trabalhando em um novo jogo, focado também em RPG mas todo orientado em turnos! Chama-se Druidstone: The Secret of the Menhir Forest e já está no catalogo da steam. Pena que ainda não tem preço nem data de lançamento. Mas já está na minha lista de desejos!


SPOILERS

Aqui fica uma leve revisão do final do jogo em minha humilde opinião. 
Achei válido o ultimo chefão ser o cubo metálico, já que jogadores de Dungeons & Dragons podem associar imediatamente ao cubo gelatinoso que sempre foi um monstro bem clássico e temido por jogadores de RPG. No Legend of Grimrock esse cubo é ativado quando consertamos as engrenagens que ficam na base da masmorra, após isso o cubo ganha vida e passa a perseguir o jogador tentando esmaga-lo. O problema e o que me deixou com raiva é a inserção de monstros(muito deles) nessa área junto com o cubo, isso faz o end game se tornar uma triste tarefa de corre-corre, desviando de monstros e se preocupando com vários fatores. Neste momento você fica facilmente preso, já que os monstros fecham os caminhos e por muitas vezes causam bastante dano. Junte isso ao fato que você ainda precisa descobrir que para começar a causar danos no cubo temos que arrancar as suas peças (suei para descobrir isso).


Como disse, é uma tentativa de final poético, mas com uma decisão errada de mudar todo o ritmo do jogo para tornar o chefão memorável. Após derrotar o final boss descobrimos que a masmorra é destruída através de imagens lindas, mas o que aconteceu com os personagens fica em aberto. Será que eles morreram? Será que conseguiram escapar? Será que ainda serão punidos pelos seus crimes cometidos? São respostas que só devemos ter no 2 e que me deixa empolgado para a sequencia.

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