quarta-feira, 28 de março de 2018

Divinity: Original Sin - Análise - Review



Quando comprei meu dragon quest da grow em 1995, passava horas jogando com meus amigos. O dragon quest era uma porta de entrada para o RPG de mesa, era um mundo fascinante. Lembro que em várias dessas jogatinas eu parava e pensava: "como seria foda ver um jogo de videogame baseado neste jogo!" e não pensava isso com relação ao tema, pois na época já tínhamos jogos baseados no dungeons & dragons... Eu pensava com relação a mecânica mesmo. Um jogo que pudesse ter uma trama caprichada, poder ser jogado com um amigo, com batalhas em turnos e evolução profunda de personagem.



Divinity Original Sin foi lançado em 2014. Comprei no lançamento e ficou na fila de espera. Comecei a jogar o game ano passado, fizemos 60% do jogo e paramos, voltamos a jogar este ano e fizemos sessões frenéticas de jogo até que concluímos algumas semanas atras.
Cada minuto jogado foi uma descoberta, uma sensação de desejo realizado, aquele desejo que tive quando era um adolescente de ver em minha frente o jogo que longos anos atras eu idealizava em minha mente, enfim, se tornando realidade.



O Divinity Original Sin começa com uma historia simples, onde o grupo inicial de 2 personagens são convocados para investigar um assassinato. Porem no decorrer do jogo vamos descobrindo que se trata de algo muito mais profundo e que pode afetar a todos. Não vou aqui falar sobre detalhes da historia, mas com certeza é muito bem elaborada e instigante.



Mas o ponto forte mesmo é sua jogabilidade. E só explicando com exemplos:

  • Em um determinado momento do jogo eu tinha que entrar em uma casa, porem não conseguia encontrar a chave, então pensei em conjurar uma bola de fogo na  porta e para a minha surpresa ela começou a queimar até que se quebrou. Isso até que não seria tão fascinante, se após conversas com amigos tivesse descoberto que eu poderia ter entrado encontrando a chave em um local que não olhei ou por uma passagem secreta em uma área externa que terminava dentro da casa.
  • Em outro momento, existia uma grade que me impedia de prosseguir em uma dungeon, ficamos preso nessa parte até que meu amigo percebeu que tinha uma magia de teletransporte. Ele então se teleportou para dentro e abriu a grade para o resto da equipe. Mais tarde quando saímos da dungeon descobrimos uma alavanca escondida atrás de um arbusto e essa alavanca abria exatamente essa grade.
  • Estávamos batalhando com um grupo de bandidos, e na linha de traz desses bandidos tinham alguns arqueiros que estavam ferrando com os nossos magos, até que lendo algumas das magias que eu tinha em minha disposição, percebi que possuía uma que criava uma cortina de fumaça dificultando a visão de quem estava alem dela. Fiz isso e os arqueiros passaram a errar as flechas, dando tempo do nosso time cuidar dos bandidos de linha de frente.
  • Para finalizar, um exemplo que deixou meu amigo e eu de queixo caído. Lutando com um grupo de inimigos em um ambiente de floresta com poças de água no solo. Meu amigo manda aquele pensamento alto: "E se eu conjurar uma magia de eletricidade, será que posso paralisar todos esses inimigos que estão pisando poça de água?" E não é que quando fez deu certo?!



Outro fator que faz o jogo brilhar são as batalhas serem por turnos, onde uma estrategia mal executada poder colocar tudo a perder, faz o game brilhar e obrigar-nos a pensar a todo momento no nosso próximo movimento e ação. Tudo isso remetendo ao RPG de mesa. Meu amigo e eu montamos um grupo com 4 personagens (máximo permitido), o primeiro um mago focado em elemento de terra e fogo criado por mim no inicio, o segundo um personagem paladino tanque que meu amigo criou, o terceiro um mago que encontramos na primeira cidade do jogo focado em água e ar e o quarto integrante uma humana arqueira com alto DPS que libertamos e passou a nos seguir. O jogo permite que você possa dividir o controle dos personagens entre os jogadores, e foi o que fizemos, eu ficando com o mago e a arqueira e ele com o paladino e o outro mago.



No inicio tivemos problemas com as batalhas, sem saber qual habilidade usar e cometendo erros na movimentação, mas com o passar do jogo, percebemos que existiam combos de habilidades com os personagens e isso foi tornando o game menos difícil. Um ponto importante é saber evoluir bem seu personagem, distribuindo os pontos no estilo de jogo que você quer focar. E aqui vou abrir uma espaço para algumas dicas que podem te ajudar:

  • Sua party precisa de pelo menos um tanque, então foque um dos personagens no uso de escudo e armadura pesada e bote-o na linha de frente na batalha sempre.
  • É importante ter pelo menos um mago. Recomendo que você se especialize em fogo e terra. Terra porque este elemento te da muitas magias de aumento de defesa, que pode ajudar individualmente e também porque ele te permite o uso de magias de poison que combam perfeitamente com o elemento de fogo, que é disparado o elemento que mais causa dano. Junte poison com fogo e você vai virar um verdadeiro homem bomba.
  • Existe um atributo de grande importância que é o SPEED, este atributo indica o quanto de movimento você pode ter por turno. Então nunca deixe de montar um personagem com pontos suficientes em speed. Imagine que não adianta você ter habilidades poderosas, se você não tem pontos de movimento suficientes para usa-las.
  • Quando encontrar hearstones no jogo, guarde-as, mais para frente elas serão importantes ao extremo.
  • Colete tudo que puder no jogo e venda nas cidades. No inicio o dinheiro no jogo realmente é um problema, mas com o tempo, seguindo a dica de coletar tudo, dinheiro não será mais problema.


Divinity Original Sin graficamente é bem bonito, porem ele tem uma pegada que não seria bem minha escolha se fosse eu desenvolvendo o jogo, por exemplo, eu fico imaginando como seria esse jogo se tivesse um gráfico mais adulto como o pillar of eternity, com certeza eu iria amar bem mais. Mas como o game tem uma pegada de humor bem forte, os gráficos extremamente coloridos combinam mais do que se fosse usado uma paleta mais sombria e séria. Fica aqui uma grande interrogação em minha cabeça, mas é a apenas um gosto pessoal mesmo.



O áudio do jogo podemos avaliar de duas formas. Se formos avaliar a versão classic, podemos tecer algumas criticas, como falta de dublagem em vários dos diálogos, mas isso foi corrigido na versão enchaced edition que foi lançada em 2015. Essa versão que por sinal corrigiu o problema de limite de rotação de câmera que as vezes me atrapalhou bastante na versão classic. A música do jogo é boa, mas preferimos jogar sem ela, pelo fato de jogar cooperativamente e ela atrapalhar muito na comunicação. 



Divinity Original Sin é um jogo espetacular e único. Felizmente lançou sua sequencia ano passado e com certeza está na minha lista de jogos que irei jogar. Recomendo muito para todos que amam RPG eletrônico e de mesa.