segunda-feira, 22 de junho de 2020

Metro Exodus - Uma obra de arte em formato de game!

 

Demorei de jogar o Metro Exodus graças a politica porca de exclusividade da Epic Games. Mas não dei o braço a torcer. Esperei que ele saísse na plataforma que curto (steam) para só então experimentar tudo aquilo que falavam do game. E realmente o game encanta do inicio ao fim. Metro Exodus é um tipo de jogo que é difícil de encontrar no mercado. Muito imersivo e com um enredo sustentado no livro do escritor Dmitry Glukhovsky que aborda uma Russia pós apocalíptica onde os sobreviventes da guerra nuclear passaram a viver no subterrâneo dos metrôs da cidade. Os dois primeiros games eu deixei passar devido ao ambiente 100% claustrofóbico e de terror que era impresso todo o tempo.


Porem no Metro Exodus pela primeira vez o grupo de sobreviventes passam a explorar o exterior após descobrirem que existiam lugares possíveis de se viver longe da radiação. Foi então que me senti mais confiante e menos medroso de cair para dentro de uma aventura que até então eu tinha receio de embarcar. Afinal não sou muito fã de jogos focados no terror e em sustos.
No Metro Exodus não estamos livres dessa ambientação e de sustos, eles existem e muito, porem aqui você consegue respirar mais, fora que o game cadencia de forma perfeita os momentos de ação frenética dos momentos que você tem que interagir com os npcs.


É neste ponto que entra aquilo que ultimamente tenho valorizado nos games. A profundidade emocional criada no enredo e sua relação com os personagens brilham muito mais do que os momentos em que você se treme de medo explorando locais realmente ameaçadores. E você continua lá explorando e se "arriscando" sabe porque? Porque o jogo te explica bem claramente que se o não fizer, você pode perder seu amigo, sua esposa, seu sonho de no final viver uma vida normal de paz e tranquilidade.


O protagonista Artyon é um sonhador, ele acredita a todo momento que ele pode viver junto com sua esposa Anna na superfície. E termina carregando a todos para uma aventura que terá perdas e perigos. Ainda que seu sogro e capitão Miller esfregue quase que todo momento que tudo de ruim que está acontecendo é graças a você, e sua paranoia, no fundo ele encara artyon como um filho que não teve.
Se o plot do game fosse isso apenas, se tornaria um game padrão de ação. Mas o jogo vai te envolvendo com os personagens ao ponto de você realmente se importar com eles na tela. E faz isso de forma continua até o momento final. Foi então que vi escorrer uma lagrima do meu olho em um endgame digno de aplausos de pé.
O Metro Exodus é também um jogo lindo. Com gráficos que nos deixam de boca aberta. Eu que amo tirar screenshots durante minhas jogatinas, no Metro Exodus cansei de apertar F12 a cada ambiente muito bem criado e npcs perfeitamente detalhados.


Daqui em diante vou trazer alguns spoilers, então seria interessante para você que ainda não jogou, retornar depois de finalizar o game.

Após tomar posse de um trem que pode te tirar da zona de risco, o game realmente começa e por mais que ele seja de certa forma linear, passa uma impressão de mundo aberto bem legal. Sua aventura é dividida em 4 atos passando por biomas bem diferentes. Começando pela área gélida da Russia pós nuclear, você passa a entender que na superfície infelizmente os monstros e os humanos sobreviventes não são muito diferentes. Ambos são ameaças para seu caminho e aqui você começa a tomar a primeira grande decisão.
Seria melhor sair durante o dia e enfrentar mais bandidos e bases mais reforçadas ou deixar para explorar a noite, onde costuma aparecer mais monstros e aberrações?
Seria melhor eu poupar a vida de um grupo de lunáticos religiosos ou ignora-los e ir direto a minha missão?
O metro exodus te coloca nessas posições de decisão e elas influenciam no final do game...


Fora isso o jogo coloca "Chefões" em cada ato e você terá que aprender a lidar com eles, lembrando muito o nêmesis do resident evil. Destaco aqui o bagre gigante (cultuado como Deus de um grupo religioso) e o Urso do ato da floresta que deixa o jogador o tempo todo tenso de quando ele realmente vai aparecer.
Nesse meio tempo você explora algumas regiões sozinho ou acompanhado o que tira um pouco a solidão e atmosfera opressora do game. Um ponto positivo e que vale destacar é o amor que Artyon tem pela Anna e vice versa. O game constrói isso tão bem que você entende porque ele se arrisca tanto e a prova maior é quando Anna após acometida por uma doença precisa da ajuda de Artyon e do Pai o Coronel Miller para encontrar uma droga capaz de cura-lá em uma das partes mais assustadoras do game que é o laboratório. Lá você passa boa parte do tempo ouvindo vozes. um ambiente de terror caótico e fugindo de um gorila radioativo gigante.


Infelizmente eu terminei fazendo o final ruim do game. Mas depois dos créditos passarem na tela, acabei por entender que seria aquele o final mais justo e considerado por mim o verdadeiro.
Nesse final, Artyon e Miller terminam morrendo apesar de conseguir recuperar a droga que por ventura salva a vida de Anna. Ela se torna a líder porem sente muita falta de Artyon e o culpa por tê-la deixado. Este final tem uma carga emocional muito forte e toca muito mais o jogador que o final bom que vi depois no youtube.
Afinal em um mundo louco e ameaçador, a liberdade verdadeira é realmente a morte.
Metro Exodus ensina que jogos podem ser acima de tudo uma experiencia emocional tocante, assim se junta a jogos (obras primas) como The Witcher 3, Dragon Age, The Last of Us, etc... no hall dos imperdíveis de se jogar. Recomendo muito!

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